Biofilme é qualquer grupo de microrganismos que se juntam (não necessariamente da mesma espécie) e se fixam em alguma superfície. Esses microrganismos criam uma teia de substância extra-celular que lhes oferecem diversas vantagens. Todos já tivemos contato com biofilmes no nosso dia a dia, mas temos outros tipos de denominações, sendo o limo que se forma em superfícies úmidas, o mais conhecido. Ele se caracteriza por ser uma camada gelatinosa e adesiva que pode se formar espontaneamente em praticamente qualquer superfícies e dependendo dos microrganismos que o constitui pode ser esbranquiçado, amarronzado ou verde (especialmente quando há incidência de luz solar).

O biofilme poderia ser comparado analogamente a uma cidade, em que microrganismos passam a viver em companhia de diferentes espécies no sentido de ter vantagens e melhor adaptabilidade. Nutrientes, por exemplo, se aderem a essa camada extracelular excretada pelas células criando um ambiente assim mais propício para o desenvolvimento microbiológico. Além disso, ela também é responsável por fixar firmemente o biofilme nas superfícies além de garantir uma excelente proteção contra agentes externos.

Um exemplo bastante próximo é o biofilme que se forma na nossa boca. São milhares de tipos diferentes de bactérias que vivem na nossa boca e na maioria do tempo sem causar males, pelo contrário, elas são essenciais para a saúde. Contudo, a tendência é que se formem biofilmes nos nossos dentes preferencialmente quando há restos de alimentos, ainda que muito pequenos. A atividade desses biofilmes nos dentes formam o que chamamos de tártaro ou cálculo dentário, o acúmulo de sais inorgânicos que ficam impregnados na parte externa dos dentes. Essa atividade é tão intensa, que até mesmo as técnicas domésticas de higiene bucal não são capazes de exterminar por completo o biofilme. Casos mais agravados chegam a causar quadros mais complicados como por exemplo a periodontite, quando as bactérias pela sua atividade e sua proteção criada pelos biofilmes consegue atingir as partes ósseas do maxilar.
Desa forma, o biofilme funciona como uma barreira hidratada protetora entre as células bacterianas e seu ambiente. Ele facilita a sobrevivência sob condições adversas e insultos ambientais tais como radiação ultravioleta, estresses físico-químicos, dessecação e suprimento insuficiente de recursos nutritivos. Por estas razões, na natureza a maioria dos micróbios vive como comunidades em biofilmes.
Parte II – Biofilme: Estágios I
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